Fernando Pessoa ( ortografia original)
Ó Mar Salgado,quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal !
`Por te cruzarmos, quantas mães choraram
Quantos filhos teus em vão resaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso ,ó mar !
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
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sexta-feira, 21 de agosto de 2015
quarta-feira, 10 de julho de 2013
A BELEZA E O TEMPO - William Shakespeare
SONETO XV
Quando vejo que tudo quanto cresce
só é perfeito por um breve instante,
E que o palco dos homens se oferece
aos desígnios dos astros mais distantes
Quando ao céu que ora aplaude ora castiga
Homem e planta em pleno crescimento
vêem findar-se a seiva e a ainda glória
que tinham cai no esquecimento
Á luz de tão instável permanência
aos meus olhos mais moça te anuncias
embora juntos,Tempo e Decadência
Queiram transformar-te em noite o claro dia
Então,por teu amor o Tempo enfrento
E o quanto ele te rouba eu te acrescento.
Quando vejo que tudo quanto cresce
só é perfeito por um breve instante,
E que o palco dos homens se oferece
aos desígnios dos astros mais distantes
Quando ao céu que ora aplaude ora castiga
Homem e planta em pleno crescimento
vêem findar-se a seiva e a ainda glória
que tinham cai no esquecimento
Á luz de tão instável permanência
aos meus olhos mais moça te anuncias
embora juntos,Tempo e Decadência
Queiram transformar-te em noite o claro dia
Então,por teu amor o Tempo enfrento
E o quanto ele te rouba eu te acrescento.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Os Estatutos do Homem- Thiago de Mello
Thiago de Mello é amazonense,nascido em 1926.Poeta e tradutor.Sua crença de que é possível uma sociedade humana e solidária gerou a obra "Os Estatutos do Homem",traduzidos em mais de 30 idiomas.
Artigo 7
Por decreto irrevogável
fica estabelecido o reinado permanente
da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada
na alma do povo.
"
quarta-feira, 12 de junho de 2013
EU E VOCÊ
EU E VOCÊ
Nas horas caladas da noite
quando o mundo volta ao silêncio milenar
e às estrelas, não importa
o ano que
passou...
Nas horas caladas da noite
quando a lua se acende tão branca
e se revê há milênios nas águas do mar...
Nas horas caladas da noite
quando me visto de mim
e você recupera o seu eu
Rolamos no espaço infinito
dos meteoros
despencando em vertigem dos céus...
Rolamos sem tempo e sem fim
no reencontro do ser primordial
num abraço de terra e de cosmos
Somos tudo neste exílio total!
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
CECILIA MEIRELES
"A vida só é possível reinventada" o poema Reinvenção demonstra sua temática em torno da melancolia,da incompreensão e do desencanto.
Nasceu a 7 de novembro de 1901 no Rio de Janeiro.Talvez seu inicio na literatura na chamada "corrente espiritualista" sob influência dos poetas que formariam o grupo da revista Festa, com inspiração neo-simbolista, se deva ao fato de haver se tornado orfã de pai e mãe aos três anos de idade.
Foi professora universitária e sua obra carregada de uma fluidez literária oscila em suas características como pertencente também ao Modernismo.
Um dos aspectos fundamentais da poética de Cecília Meireles é a consciência da transitoriedade das coisas.
Assim, o tempo é o grande personagem - ele passa,é fugidio.inconstante!
Nasceu a 7 de novembro de 1901 no Rio de Janeiro.Talvez seu inicio na literatura na chamada "corrente espiritualista" sob influência dos poetas que formariam o grupo da revista Festa, com inspiração neo-simbolista, se deva ao fato de haver se tornado orfã de pai e mãe aos três anos de idade.
Foi professora universitária e sua obra carregada de uma fluidez literária oscila em suas características como pertencente também ao Modernismo.
Um dos aspectos fundamentais da poética de Cecília Meireles é a consciência da transitoriedade das coisas.
Assim, o tempo é o grande personagem - ele passa,é fugidio.inconstante!
MOTIVO
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei,não sei.Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto.E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
In:Flor de Poemas.6ed.Rio de Janeiro,Nova Fronteira,1984.
domingo, 10 de junho de 2012
MARIO QUINTANA
Quintana é o poeta das coisas simples.Das coisas não percebidos por olhos distraídos.Tudo é digno de ser cantado em versos.Até a partida suprema tantas vezes por ele cantada como quem espera sem querer partir.
"Quintana o aprendiz de feiticeiro,com seus olhos de sentir,transforma em pura luz o que é opaco e trivial-uma janela,uma caneta, um sapato - e,com a suave ironia e a ternura dos que sabem,afasta os fantasmas e mitos que nos assobram.("Viver é sair e repente do fundo do mar/e voar.../e voar.../cada vez mais para o alto/ como depois de se morrer!")
A RUA
A rua é um rio de passos e de vozes
um rio terrível que me vai levando,
mas estou só como se está na infância...
ou quando a morte vai se aproximando...
No ar, agora,que distante aroma?
Decerto eu nem sem saber pensei em ti...
E um vôo de andorinha na distância
è a minha saudade que eu te mando.
Mas tudo, nets tumultuosos rio,
não fica nunca ao fundo da lembrança
como no seio azul de uma redoma...
Tudo se afasta nessa correnteza
onde uma flor à vezes fica presa
e um claro riso sobre as águas dança!
"Quintana o aprendiz de feiticeiro,com seus olhos de sentir,transforma em pura luz o que é opaco e trivial-uma janela,uma caneta, um sapato - e,com a suave ironia e a ternura dos que sabem,afasta os fantasmas e mitos que nos assobram.("Viver é sair e repente do fundo do mar/e voar.../e voar.../cada vez mais para o alto/ como depois de se morrer!")
A RUA
A rua é um rio de passos e de vozes
um rio terrível que me vai levando,
mas estou só como se está na infância...
ou quando a morte vai se aproximando...
No ar, agora,que distante aroma?
Decerto eu nem sem saber pensei em ti...
E um vôo de andorinha na distância
è a minha saudade que eu te mando.
Mas tudo, nets tumultuosos rio,
não fica nunca ao fundo da lembrança
como no seio azul de uma redoma...
Tudo se afasta nessa correnteza
onde uma flor à vezes fica presa
e um claro riso sobre as águas dança!
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Carlos Drummond de Andrade
Nasceu em Itabira,Minas Gerais em 31 de outubro de 1902.Foi um poeta não vinculado a postulados embora muito o denominem Modernista.De fato seus versos justificam em parte esta rotulação no estilo livre, na liberdade métrica,na escolha dos temas ,os mais inusitados.Considerado como dos autores mais representativos da 2ª fase do modernismo brasileiro.
"Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isto sou triste,orgulhoso:de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas."
Se estivesse por aqui faria neste 31 de outubro ,hoje,109 anos.
Fazer setenta Anos
Fazer setenta anos não é simples,
A vida exige,para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como em volta do ser,mil outras perdas.
Fazer setenta anos é fazer
catálogo de esquecimentos e ruínas.
Viajar entre o já-foi e o não será.
É sobretudo,fazer setenta anos ,
alegria pojada de tristeza.
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?.
A sombra de setenta anos,dois mineiros
em silêncio se abraçam,conferindo
a estranha felicidade da velhice.
"Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isto sou triste,orgulhoso:de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas."
Se estivesse por aqui faria neste 31 de outubro ,hoje,109 anos.
Fazer setenta Anos
Fazer setenta anos não é simples,
A vida exige,para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como em volta do ser,mil outras perdas.
Fazer setenta anos é fazer
catálogo de esquecimentos e ruínas.
Viajar entre o já-foi e o não será.
É sobretudo,fazer setenta anos ,
alegria pojada de tristeza.
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?.
A sombra de setenta anos,dois mineiros
em silêncio se abraçam,conferindo
a estranha felicidade da velhice.
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