domingo, 10 de junho de 2012

MARIO QUINTANA

Quintana é o poeta das coisas simples.Das coisas não percebidos por olhos distraídos.Tudo é digno de ser cantado em versos.Até a partida suprema tantas vezes por ele cantada como quem espera sem querer partir.
"Quintana o aprendiz de feiticeiro,com seus olhos de sentir,transforma em pura luz o que é opaco e trivial-uma janela,uma caneta, um sapato - e,com a suave ironia e a ternura dos que sabem,afasta os fantasmas e mitos que nos assobram.("Viver é sair e repente do fundo do mar/e voar.../e voar.../cada vez mais para o alto/ como depois de se morrer!")

                                     A RUA

A rua é um rio de passos e de vozes
um rio terrível que me vai levando,
mas estou só como se está na infância...
ou quando a morte vai se aproximando...

No ar, agora,que distante aroma?
Decerto eu nem sem saber pensei em ti...
E um vôo de andorinha na distância
è a minha saudade que eu te mando.

Mas tudo, nets tumultuosos rio,
não fica nunca ao fundo da lembrança
como no seio azul de uma redoma...

Tudo se afasta nessa correnteza
onde uma flor à vezes fica presa
e um claro riso sobre as águas dança!

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